“Um Mundo sem Fim”, foi editado no final de 2007, foi escrito por
Ken Follet e é uma sequela de “Os
Pilares da Terra”, êxito mundial do mesmo escritor, publicado em 1989, que já é um clássico da literatura
contemporânea.
A
acção começa em 1327, em Kingsbridge, cerca de dois séculos depois dos
acontecimentos ocorridos em “Os Pilares da Terra”. Quatro crianças vão para a
floresta no dia de Todos os Santos. Juntas, testemunham a morte de dois homens
de armas ás mãos de um cavaleiro que fica ferido. Ralph, uma das crianças ajuda
o cavaleiro a enterrar uma carta e dá-lhe instruções de que esta apenas deverá
ser desenterrada quando o cavaleiro,
morrer. Antes de desaparecer, Sir Thomas, assim se chama o cavaleiro, obriga a
s quatro crianças a nunca revelarem aquilo que viram.
Parecerá
difícil, á partida, superar o fabuloso texto com que Ken Follet encantou o
mundo em 1989. “Os Pilares da Terra” conseguiu encantar milhões de leitores em
todo o mundo, incluindo em Portugal,
apesar do seu atraso neste tipo de fenómenos (o livro só seria editado em 1991,
desaparecendo do mercado nacional até 2007), os que o leram nessa altura
conseguiram sentir-se irresistivelmente atraídos por aquela cidade fictícia de
Kingsbridge e pela riqueza das personagens e nobreza dos seus actos. A verdade
é que “Um Mundo sem Fim”, apesar de algumas opiniões contrárias, consegue superar o seu antecessor, mantendo a mesma
linha narrativa e riqueza de personagens,
tornando-o mais empolgante.
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Ken Follett, autor deste díptico medieval |
Neste
épico medieval, que junta dois dos grandes acontecimentos históricos na Europa:
o início da Guerra dos 100 anos e a Peste Negra, Follet continua a oferecer aos
leitores um rol enorme de personagens únicas e envolventes, Caris e Merthis, são
exemplo disso, na medida em que, ao acompanharmos os seus actos e suas vidas,
sentimos alguma proximidade e até alguma esperança naquele mundo de trevas que
foi o século XIV; outras personagens há, desde foras-da-lei a cavaleiros,
trabalhadores, monges, pobres, ricos, etc. são demasiadas personagens para
referir todas, mas que contribuem para o realismo da obra, de tal forma, que
qualquer leitor que se preze e seja digno desse nome, se sente transportado
para Kingsbridge e participar nas discussões sobre variados assuntos e na
procura de soluções para quando algo corre mal
(e há tanta coisa que corre mal!!) .
Outro
dos factores que tornam, tanto “Os Pilares da Terra” como “Um Mundo sem Fim”,
grandes é a cuidadosa pesquisa histórica que Ken Follett fez para ambos os
livros, tendo em conta a sua paixão por igrejas e catedrais que esteve na
origem da sua obra-prima literária, nomeadamente as técnicas de construção
utilizadas e que são pormenorizadamente descritas em ambas as obras.
São
mais de 1000 páginas num só volume para quem tiver o original e consegue ler-se
de um fôlego só. Mas quem tiver a edição portuguesa, dividida em dois volumes,
também não consegue parar de ler, mas apercebe-se do desequilíbrio existente
entre os dois volumes.
Se no primeiro somos confrontados com uma imensa variada
de personagens, futéis, superficialmente
descritas e com um minímo de acção, apenas o suficiente para que nos deixemos
arrastar pelo enredo e com curiosidade para saber como é que tudo vai acabar.Chegamos ao segundo volume e tudo muda, como do dia para a noite. Somos confrontados com um enredo que se adensa, complica, simplifica, mas, acima de tudo, atrai e prende o leitor do princípio ao fim, num puro deleite literário que não deixará ninguém indiferente.

Em 2012 foi a vez de “Um Mundo sem Fim” ser adaptado para o mesmo
formato, igualmente em oito episódios.
Nota: as imagens e vídeo que ilustram este texto foram retiradas da Internet
Ora aí está uma série que aguardo com muita expectativa. Um abraço.
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