sábado, 30 de agosto de 2014

OLHARES…



Michelangelo Antonioni


   Nome incontornável do cinema mundial, particularmente do cinema italiano. Michelangelo Antonioni, na sua longa carreira foi sempre um cineasta incómodo, desde os seus primeiros filmes onde insistia em fazer filmes dum género que se intitulava neorealismo, ou seja estudos semidocumentais sobre a vida de pessoas vulgares. A partir de 1950, face ao insucesso do neorealismo, Antonioni começou a filmar sobre a classe média, e assim se manteve durante quase toda a década. 
  Em 1960, finalmente atinge o reconheciimento internacional com "L'Aventura", onde a utilização de grandes planos e uma narrativa aparentemente disconexa, lhe granjearam uma recepção cautelosa no Festival de Cannes e um enorme sucesso nas salas onde foi exibido.
A partir deste e dos títulos que se seguiram, Antonioni passou a ter uma legião de seguidores por todo o mundo constituída na sua maior parte por intelectuais duma certa faixa da sociedade contemporãnea. Títulos como "Blow-Up - A História de um Fotógrafo" (1966), "Zabriskie Point" (1970), "The Passenger - O Passageiro" (1975) associaram-no aos ideais de esquerda. O realizador nunca desmentiu nem confirmou nenhuma tendãncia.
   Os dois últimos grandes fiilmes de Antonioni apareceram já na década de 80, "O Mistério de Oberwald" em 1980 e "A Identificação de uma Mullher" em 1982 e tiveram sucesso apenas na europa e pouca expressão nos estados unidos. em 1984 um Acidente Vascular Cerebral, deixa-o semi-paralisado e sem fala, o que não impediu que realizasse ainda "Para Além das Nuvens" (1995) com Wim Wenders como co-realizador caso Antonioni o não pudesse terminar e "Eros" (2004) onde filmou um segmento duma antologia reoartida com vários outros realizadores, mas ambos os filmes mais não eram do que um pálido reflexo do trabalho que o talentoso realizador fizera.
Faleceu em 2007 deixando uma obra valiosa no que refere a experimentações temáticas e alguma inovação técnica no trabalho de realização.



 Andrei Tarkovski

   Ele foi um realizador incompreendido no seu país natal onde a sua obra foi proibida. De  “A Infância de Ivan” (1962) a “O Sacrifício” (1986), poeta visual, chamaram-lhe alguns, pela maneira como contava cada história como se de poemas se tratasse...pintor visual, chamaram-lhe outros pela beleza que emanava de cada fotograma que punha no écran...mas todo o mundo foi unânime em considerá-lo, a par de Frederico Fellini, Ingmar Bergman, Michelangelo Antonioni e outros, um dos grandes intelectuais do cinema mundial.
Com “Andrei Rublev” (1966), a história do pintor de paineis, que,  na rússia feudal do século XV, passou por provações enormes para poder exibir a sua arte, o realizador atinge uma maturidade cinematográfica que lhe permite sair  para fora do seu país natal e ganhar reconhecimento mundial. “Andrei Rublev” esteve ptoibido na união soviética até  1971
O seu filme seguinte, “Solaris” (1972), adaptado do romance do escritor polaco, Stanislaw Lem, a história de um planeta inteligente, constituido por um imenso oceano e que permite aos habitants duma estação especial que o orbita, de estudar a possibilidade de existência duma vida extraterrestre oriunda desse mesmo planate. O filme transfirmou-se num dos grandes clássicos da ficção científica e é considerado como sendo uma resposta sovética a “2001: Odisseia no Espaço” (Stanley Kubrick, 1968). Tarkovski não queria fazer um filme de ficção cientifica, mas acabou por ceder perante a oposição do escritor polaco.
Andrei Tarkovski foi expulso da então União Soviética e morreu exilado, em paris, em dezembro de 1986, longe dos seus familiares, pouco tempo depois de completar o seu último filme...



Sergei Eisenstein, o pai da montagem cinematográfica


   Em 1925 Sergei Eisenstein realizou esta obra-prima do cinema mundial "O Couraçado Potemkin" sobre a insurreição dum couraçado da marinha russa durante a revolução de 1905...neste filme, que deu ao realizador russo o título de "Pai da Montagem", está o exemplo maior da arte de montagem de um filme...A famosa sequência da escadaria de Odessa, utilizando uma habilidosa técnica de montagem chamada "Montagem Paralela", vai permitir aos espectadores verem mais do que uma acção quase ao mesmo tempo e num curto espaço de tempo...inovadora e revolucionária na altura, é hoje largamente utilizada em prácticamente todos os géneros cinematográficos...e Eisenstein ganhou acesso directo ao Olimpo do cinema...



   Com "Alexander Nevsky" (1938) foi, para além de todas as implicações politicas e propagandisticas que originou, um momento da mais pura genialidade cinematográfica de Sergei Eisenstein: na batalha do lago gelado, todos os sons naturais e de batalha são substituídos pela sinfonia épica de Serguei Prokofiev, originando assim uma visão completamente diferente e muito original da batalha...outro momento inesquecível e inovador de cinema...






Frederico Fellini


Frederico Fellini é uma referência obrigatória no cinema mundial, particularmente a nível do cinema italiano do pós-guerra...qualquer um dos seus filmes é uma lição de vida, por vezes cómica, por vezes dramática, mas sempre uma lição...Fellini gostava de filmar e, ao longo da sua carreira, fê-lo com gosto e com arte...ele gostava dos seus actores e actrizes e eles retribuiam com interpretações inesquecíveis, principalmente o seu actor-fetiche Marcelo Mastroianni, que ficaram para sempre na memória dos cinéfilos.
A sua carreira estendeu-se por mais de cinquenta anos, desde “I Vitelloni” (1953) a “La Voce della Luna (1990), numa constante mistura entre o sonho, a memoria e o desejo, tudo sempre misturado com uma grande dose de fantasia, nunca descurando a visao pessoal da sociedade e onde colocava as suas personagens em situações algo bizarras que levaram á criação de um termo muito próprio para descrever essas mesmas situações: cena felliniana.
Aclamado em todo o mundo como  um dos mais criativos realizadores de sempre, a sua obra cinematográfica rendeu-lhe quatro Oscares da Academia na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, dois Leões de Prata no festival de Veneza, uma Palma de Ouro no festival de Cannes e um Oscar honorário pelo conjunto da obra em 1993, poucos meses antes de morrer.



Nota: Os vídeos que ilustram o s textos foram retirados da Internet

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