OLHARES…
Michelangelo Antonioni
Nome incontornável do cinema mundial,
particularmente do cinema italiano. Michelangelo Antonioni, na sua longa
carreira foi sempre um cineasta incómodo, desde os seus primeiros filmes onde
insistia em fazer filmes dum género que se intitulava neorealismo, ou seja
estudos semidocumentais sobre a vida de pessoas vulgares. A partir de 1950,
face ao insucesso do neorealismo, Antonioni começou a filmar sobre a classe
média, e assim se manteve durante quase toda a década.
Em 1960, finalmente
atinge o reconheciimento internacional com "L'Aventura", onde a
utilização de grandes planos e uma narrativa aparentemente disconexa, lhe
granjearam uma recepção cautelosa no Festival de Cannes e um enorme sucesso nas
salas onde foi exibido.
A partir deste e dos títulos que se seguiram,
Antonioni passou a ter uma legião de seguidores por todo o mundo constituída na
sua maior parte por intelectuais duma certa faixa da sociedade contemporãnea.
Títulos como "Blow-Up - A História de um Fotógrafo" (1966),
"Zabriskie Point" (1970), "The Passenger - O Passageiro"
(1975) associaram-no aos ideais de esquerda. O realizador nunca desmentiu nem
confirmou nenhuma tendãncia.
Os dois últimos grandes fiilmes de Antonioni
apareceram já na década de 80, "O Mistério de Oberwald" em 1980 e
"A Identificação de uma Mullher" em 1982 e tiveram sucesso apenas na
europa e pouca expressão nos estados unidos. em 1984 um Acidente Vascular
Cerebral, deixa-o semi-paralisado e sem fala, o que não impediu que realizasse
ainda "Para Além das Nuvens" (1995) com Wim Wenders como
co-realizador caso Antonioni o não pudesse terminar e "Eros" (2004)
onde filmou um segmento duma antologia reoartida com vários outros
realizadores, mas ambos os filmes mais não eram do que um pálido reflexo do
trabalho que o talentoso realizador fizera.
Faleceu em 2007 deixando uma
obra valiosa no que refere a experimentações temáticas e alguma inovação
técnica no trabalho de realização.
Andrei Tarkovski
Ele foi um realizador
incompreendido no seu país natal onde a sua obra foi proibida. De “A Infância de Ivan” (1962) a “O Sacrifício”
(1986), poeta visual, chamaram-lhe alguns, pela maneira como contava cada
história como se de poemas se tratasse...pintor visual, chamaram-lhe outros
pela beleza que emanava de cada fotograma que punha no écran...mas todo o mundo
foi unânime em considerá-lo, a par de Frederico Fellini, Ingmar Bergman,
Michelangelo Antonioni e outros, um dos grandes intelectuais do cinema mundial.
Com “Andrei Rublev” (1966), a
história do pintor de paineis, que, na
rússia feudal do século XV, passou por provações enormes para poder exibir a
sua arte, o realizador atinge uma maturidade cinematográfica que lhe permite
sair para fora do seu país natal e
ganhar reconhecimento mundial. “Andrei Rublev” esteve ptoibido na união
soviética até 1971
O seu filme seguinte,
“Solaris” (1972), adaptado do romance do escritor polaco, Stanislaw Lem, a
história de um planeta inteligente, constituido por um imenso oceano e que
permite aos habitants duma estação especial que o orbita, de estudar a
possibilidade de existência duma vida extraterrestre oriunda desse mesmo
planate. O filme transfirmou-se num dos grandes clássicos da ficção científica
e é considerado como sendo uma resposta sovética a “2001: Odisseia no Espaço”
(Stanley Kubrick, 1968). Tarkovski não queria fazer um filme de ficção
cientifica, mas acabou por ceder perante a oposição do escritor polaco.
Andrei Tarkovski foi expulso
da então União Soviética e morreu exilado, em paris, em dezembro de 1986, longe
dos seus familiares, pouco tempo depois de completar o seu último filme...
Sergei
Eisenstein, o pai da montagem cinematográfica
Em 1925 Sergei Eisenstein realizou esta obra-prima do
cinema mundial "O Couraçado Potemkin" sobre a insurreição dum
couraçado da marinha russa durante a revolução de 1905...neste filme, que deu
ao realizador russo o título de "Pai da Montagem", está o exemplo
maior da arte de montagem de um filme...A famosa sequência da escadaria de
Odessa, utilizando uma habilidosa técnica de montagem chamada "Montagem
Paralela", vai permitir aos espectadores verem mais do que uma acção quase
ao mesmo tempo e num curto espaço de tempo...inovadora e revolucionária na
altura, é hoje largamente utilizada em prácticamente todos os géneros
cinematográficos...e Eisenstein ganhou acesso directo ao Olimpo do cinema...
Com "Alexander Nevsky"
(1938) foi, para além de todas as implicações politicas e propagandisticas que
originou, um momento da mais pura genialidade cinematográfica de Sergei
Eisenstein: na batalha do lago gelado, todos os sons naturais e de batalha são
substituídos pela sinfonia épica de Serguei Prokofiev, originando assim uma
visão completamente diferente e muito original da batalha...outro momento
inesquecível e inovador de cinema...
Frederico
Fellini
Frederico Fellini é uma
referência obrigatória no cinema mundial, particularmente a nível do cinema
italiano do pós-guerra...qualquer um dos seus filmes é uma lição de vida, por
vezes cómica, por vezes dramática, mas sempre uma lição...Fellini gostava de
filmar e, ao longo da sua carreira, fê-lo com gosto e com arte...ele gostava
dos seus actores e actrizes e eles retribuiam com interpretações inesquecíveis,
principalmente o seu actor-fetiche Marcelo Mastroianni, que ficaram para sempre
na memória dos cinéfilos.
A sua carreira estendeu-se por
mais de cinquenta anos, desde “I Vitelloni” (1953) a “La Voce della Luna
(1990), numa constante mistura entre o sonho, a memoria e o desejo, tudo sempre
misturado com uma grande dose de fantasia, nunca descurando a visao pessoal da
sociedade e onde colocava as suas personagens em situações algo bizarras que
levaram á criação de um termo muito próprio para descrever essas mesmas situações:
cena felliniana.
Aclamado em todo o mundo como um dos mais criativos realizadores de sempre,
a sua obra cinematográfica rendeu-lhe quatro Oscares da Academia na categoria
de Melhor Filme Estrangeiro, dois Leões de Prata no festival de Veneza, uma
Palma de Ouro no festival de Cannes e um Oscar honorário pelo conjunto da obra
em 1993, poucos meses antes de morrer.
Nota: Os vídeos que ilustram o s textos foram retirados da Internet
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