- Origens e Primeiras Décadas (1896 – 1959)
O
Género ficcional de terror ou horror sempre fez parte do cinema, apesar
de existir em qualquer meio de comunicação no qual se pretenda provocar uma
sensação de medo que é a principal fonte dos filmes de terror. Muito ligado á
ficção científica e ao fantástico, é, desde a década de 60, considerado um
género á parte, orientado para um público específico que se rende também aos
subgéneros por ele criados.
Os primeiros filmes, curtas-metragens na
realidade, apareceram com o pioneiro do cinema, Georges Méliès, sendo os mais
conhecidos, “Le Manoir du Diable”,em 1896,
que é considerado o primeiro filme de terror da história do cinema e “La
Caverne Maudite” em 1898, em ambos o tema é o sobrenatural.
Max Schreck, em "Nosferatu" |
Lon Chaney |
No
início do cinema falado, a Universal Pictures estreou uma série de filmes de
terror que obtiveram sucesso. Foi o caso de “Dracula” (Tod Browning, 1931) com
Bela Lugosi, que tornaria a personagem de Bram Stoker uma das mais famosas e
interpretadas do cinema; “The Mummy – A Múmia”(1932) introduziria a egiptologia
como tema para o género; “Frankenstein – O Homem que criou o Monstro” (James
Whale, 1931), que tornaria o actor Boris Karloff numa das referências do
género, apesar dele apenas ter interpretado o monstro em três ocasiões, sendo
as outras duas: “Bride of Frankenstein – A Noiva de Frankenstein” (James Whale,
1935) e “Son of Frankenstein – O Filho de Frankenstein” (Rowland V. Lee, 1939).
Outros
estúdios, no entanto, viram as potencialidades do género e começaram a sua produção
de filmes de terror, que incluíam entre outros “Freaks – A Parada dos Monstros”
(Tod Browning, 1932),depois de completado, o filme foi recusado pelo estúdio e
manteve-se por estrear durante mais de trinta anos; nova versão de “Dr.Jekyll
and Mr.Hide – O Médico e o Monstro” (Rouben Mamoulian, 1931), mais lembrado
pela utilização de filtros de cor para criar a transformação do Dr.Jekyll; “Mystery of the Wax Museum –
Máscaras de Cera” (Michael Curtiz, 1933); ou ainda “Island of the Lost Souls –
A Ilha das Almas Selvagens” (Erle C. Kenton, 1932)
Bela Lugosi, o eterno "Drácula" |
Com
o terror seguro dentro da sétima arte, muitos actores construíram as suas
carreiras em torno do género, principalmente Bela Lugosi , que, na sua longa
carreira, fez mais de cem filmes a interpretar Dracula,. Reza a história que a
personagem o marcou tanto que já no final da sua vida, na sua mansão, o actor
dormia num caixão e que morreu a pensar que era a encarnação perfeita da
personagem criada por Bram Stoker e Boris Karloff. Qualquer filme que os
tivesse como protagonistas, era um sucesso garantido. Karloff, ao longo da
década aparece em filmes importantes dos quais se destaca “The Body Snatcher –
O Túmulo Vazio” (1945), no qual também entrava Bela Lugosi; outros filmes da
década marcaram a diferença, como “Cat
People – A Pantera” (Jacques Tourneur, 1942) e “I Walked with a Zombie - Zombie”(
Jacques Tourneur,1943) e que ficaram bem acima das limitações auto-impostas
pelo género.
Com
o avanço da tecnologia que se deu ao longo da década de 50, também o tom dos
filmes de terror passou das temáticas góticas para preocupações mais
contemporâneas. Surgiram dois sub-géneros: a preocupação com o “Armagedão”
(vulgarmente conhecido como “O Dia do Juízo Final” ou quando os exércitos do
Bem enfrentam as forças do Mal) e o filme demoníaco. Uma série de produções (a
maior parte delas de baixo orçamento) mostravam a humanidade a enfrentar
ameaças vindas de fora: invasões extraterrestres, mutações mortíferas de
pessoas, animais e plantas. Em alguns casos, como com “Godzilla – O Monstro do
Oceano Pacífico” (Ishirô Honda, 1954) e suas sequelas, a mutação acontece com
os efeitos da radiação nuclear.
Foi
também durante esta década que os realizadores e produtores começaram a fundir
a ficção científica com terror, aproveitando assim algum do ambiente que a
Guerra Fria proporcionava: “The Thing from Another World – A Ameaça” (Christian
Nyby e Howard Hawks, 1951) ou “The Invasion of the Body Snatchers – A Terra em
Perigo” (Don Siegel, 1956), são obras de referência; já “The Incredible
Shrinking Man – Os Sentenciados” (Jack Arnold, 1957), baseado numa novela de
Richard Matheson, foi, na altura, considerado uma obra-prima do género, pois conseguia
conciliar uma história de ficção científica com os medos de se viver numa Era
Atómica e ao terror duma alienação social.
(continua)
Nota: as imagens que ilustram o texto foram retiradas da Internet
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