- Anos de sucesso (1980 - 1984)
No início da década de 80, após a conclusão duma
mini-tournée, em Inglaterra, de apresentação do álbum “Platinum”, Mike Oldfield
foi convidado a compor um tema para o programa “Blue Peter”, que estreara em
1979, no canal para crianças da BBC. O
tema foi mantido no programa durante 10 anos. Ainda durante o ano de 1980,
Oldfield dedicou-se á gravação de novos temas que iriam integrar o seu próximo
álbum.
O
álbum, cujo nome é uma homenagem ao barco da Rainha Isabel II de
Inglaterra, contém também diversos
instrumentais típicos do músico: longos (os fabulosos temas “Taurus I” e “QE2”)
ou mais curtos ( o intenso “Mirage” ou as bonitas covers de “Arrival” e
“Wonderful Land”) ; no álbum tocam, além de Oldfield, que toca grande parte dos
instrumentos, músicos convidados como Phil Collins, baterista e vocalista dos
“Genesis”, Morris Pert, Tim Cross ou Mike Frye, que se tornariam presenças
regulares nos seus álbuns e apresenta também a primeira participação de Maggie
Reilly, como vocalista em grande parte dos temas. Dona duma voz cristalina e
poderosa, a cantora escocesa tornou-se num elemento imprescindível nos álbuns
de Mike Oldfield e nos alinhamentos dos concertos. É um dado adquirido que os
grandes sucessos do músico devem-se, não só á sua grande criatividade musical,
como também á voz de Reilly.
Apesar
do sucesso relativo ( esteve várias semanas no “top 30” de Inglaterra, apesar
de não chegar aos lugares cimeiros), Mike
estava decidido a fazer nova tournée, diferente da que fizera na década
de 70 e que fora um fracasso financeiro.
Nova
mini-tournée, intitulada “European Adventure Tour”, de promoção ao álbum,
decorreu entre Março e Agosto de 1981 e foi um sucesso. A nova formação,
composta de dez músicos e uma vocalista, provou ser a melhor fórmula para Mike
Oldfield. Já o fora na tournée de apresentação de “Platinum” e continuaria a
sê-lo nos anos seguintes, com algumas alterações pontuais de músicos.
Ainda
em 1981, Mike Oldfield foi convidado para compor um tema para o Casamento Real
entre o Princípe Charles e Lady Diana Spencer, intitulado “Royal Wedding
Anthem”.
Foi
durante 1981, que Mike Oldfield começou
a pensar num novo disco. A experiência
de voar num pequeno avião que o transportava a ele e ao seu grupo entre as
cidades escolhidas para actuar, começou a fornecer-lhe ideias para a composição
de novos temas. A constante mudança de sonoridades durante a década de 80 teve
muita influência no álbum, assim como a sua vontade de se afastar dos grandes
temas sinfónicos e ir ao encontro de sonoridades mais diversificadas.
“Five
Miles Out”, o sétimo álbum de Mike Oldfield, foi editado em 1982 e com ele
algumas inovações. O álbum começa com “Taurus II”, continuação, mais longa,
dum tema que surgira no álbum anterior,
aqui mais trabalhado, com cânticos e muitos instrumentos utilizados em álbuns
anteriores, seguem-se depois temas mais
curtos dos quais se salienta “Family Man”, um tema genuinamente rock com Maggie
Reilly na voz e lançado como segundo single do álbum; seguindo-se “Orabidoo”,
outro instrumental longo. O álbum termina com o tema-título, no qual Mike
Oldfield canta pela primeira vez na sua carreira. O tema foi inspirado num
quase acidente aéreo que Oldfield foi vitíma numa das suas deslocações entre
cidades na tourneé anterior. Maggie Reilly canta com uma voz cristalina
enquanto Oldfield providencia a voz através dum vocoder (deformador de voz).
“Five
Miles Out” revelou-se mais popular do que as suas obras anteriores. Atingindo o
número 7 no top 10 da Inglaterra, permaneceu lá durante 7 semanas. A estrela
comercial de Oldfield começava a despontar. Alguma dessa popularidade deve-se
também á capa do álbum onde podemos ver um modelo antigo do Lockheed 10 a voar
por entre nuvens cinzentas em direcção a um céu mais brilhante onde se podem
ver alguns reflexos de luz solar. Esta capa foi escolhida por Oldfield como
reflexo do receio que o músico tinha de voar.
1983
seria o ano da consagração definitiva do músico. Depois de uma tournée mundial
intitulada “Five Miles Out World Tour 1982, de promoção ao álbum com o mesmo
nome, que decorreu entre abril e dezembro, sem dar mostras de exaustão,
Oldfield e o seu grupo acharam que estava na altura de entrar novamente em
estúdio. Foi durante o sector europeu da tournée que os primeiros temas novos
foram ensaiados e gravados no estúdio móvel que acompanhava o grupo. Entre
novembro de 1982 e abril de 1983, decorreram as gravações dos novos temas.
“Crises”,
título do álbum, viu a luz do dia em maio de 1983 e graças a “Moonlight
Shadow”, primeiro single, editado 15 dias antes, o álbum já era um sucesso. A
voz límpida e cristalina de Maggie Reilly, aliado á guitarra virtuosa de Mike
Oldfield fizeram deste tema o maior sucesso da carreira dele, atingido o número
um em inúmeros países europeus e fora dela onde permaneceu por várias semanas.
Mas o álbum trazia mais novidades.
O
álbum, tal como o primeiro single, foi número um em diversos países, onde se
manteve várias semanas e é o segundo álbum mais vendido de Mike Oldfield.
O
ano de 1984 seria o mais produtivo da longa carreira de Mike Oldfield.
Após
um merecido descanso, depois de duas tounées, Oldfield, que se encontrava na
sua casa, situada a 2000 metros de altitude, nos Alpes Suiços, começou a pensar
no álbum seguinte que pudesse seguir o sucesso dos anteriores. Encorajado pela
“Virgin Records”, a sua editora, para escrever novos temas. Oldfield, com vista
para o Lago Geneva “em dias soalheiros”, pôs mãos á obra e, em junho de 1984,
era editado o novo álbum.
A vista inspiradora da casa de Mike Oldfield, na Suiça |
O
sucesso do álbum não foi tão grande como o do anterior, apesar de “To France”
tter chegado a número um em alguns países, não demoveu o músico de fazer a “Discovery Tour 1984”, que
seria também a sua última tournée na década, entre agosto e novembro de 1984.
Ainda
em 1984, a experiência de Oldfield seria
posta á prova.
No
final de novembro de 1984 era editada a banda sonora do filme. Inteiramente
composta por Mike Oldfield e orquestrada
por David Bedford. Porém nem toda a música foi usada no filme. De toda a banda
sonora salientou-se o tema “Étude”, um arranjo que Mike Olfield fez dum tema do
compositor espanhol do século XIX,
Francisco Tárrega e que foi um relativo sucesso.
A
banda sonora foi nomeada para diversos prémios musicais, incluindo um “Bafta”
(prémios da Academia de Cinema Britânico), mas ficou-se apenas pela nomeação.
“The Killing Fields” foi a única banda sonora que Oldfield compôs.
A
carreira de Mike Olfield continuou de vento em popa, mas já sem o sucesso que
obteve nas décadas de 70 e 80. Na década de 90, alguma produção inovadora e
exploração contínua de algumas sonoridade já existentes, nomeadamente nos
álbuns “Tubular Bells II” (1992) e “Tubular Bells III” (1998), deram-lhe novo
fôlego para prosseguir a carreira e entrar no século XXI como um dos músicos
mais geniais e criativos da segunda metade do século XX.
Nota: As imagens e vídeo que ilustram o texto foram retiradas da Internet
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