Produzido em 1989, ano de todas as mudanças no panorama internacional, feito na esteira
do sucesso obtido na televisão por “Norte e Sul” ( David L.Wolper, 1985), este
filme mostrou um outro lado da Guerra de Secessão Americana que ainda não havia
sido explorado antes.
O
Coronel Robert Gould Shaw, herói da Guerra de Secessão, oferece-se como
voluntário para comandar o 54º Regimento de voluntários do Massachusetts, o
primeiro inteiramente constituído por soldados negros contra o exército confederado,
mesmo conhecendo todos os dissabores que essa decisão lhe possa trazer…
O Monumento ao 54º Regimento de Infantaria em Boston |
Com
um elenco onde se destacam os nomes de Matthew Broderick, como Coronel Robert
Shaw, abandonando com este filme os papéis das comédias que preencheram o seu
principio de carreira, o actor tem aqui talvez a sua melhor interpretação; Cary
Elwes como adjunto de Shaw e uma boa prestação do actor; Morgan Freeman,como o
coveiro Rawlins que ao se alistar vai-se transformar na figura paternal de toda
a companhia e uma espécie de mediador de conflitos, embora secundária, dá uma
interpretação ao seu melhor nível. O destaque vai, claro, para Denzel Washington,
que interpreta o soldado Trip, o racista inconformado com a sua situação, mas
que no ataque final, ao ver o comandante morrer ao seu lado, transporta a
bandeira dos Estados Unidos até à muralha (honra que lhe fora oferecida pelo
coronel na véspera da batalha e que Trip recusara, num dos melhores diálogos de
todo o filme, por não se achar com
capacidade para isso), dá um verdadeiro show de interpretação que lhe mereceu o
Óscar de Melhor Actor Secundário do ano, vitória conseguida na magnifica cena
em que Trip é chicoteado, depois de tentar desertar, perante o olhar de toda a
companhia (o seu olhar, misto de ódio e duma dor que está para além de qualquer
compreensão, é outro grande momento do filme) e aceita a sua condição sem
vacilar.
O público respondeu positivamente quando o filme estreou, fazendo dele um dos maiores sucessos de bilheteira do ano, elevando o seu orçamento, estimado em cerca de 18.000.000 de dólares para um total de 63.000.000 só nos Estados Unidos. Já a nível dos críticos, estes dividiram-se, embora na generalidade, o filme tenha recebido louváveis críticas no tocante a valores de produção e história condutora, foram mais moderados na avaliação das interpretações, nomeadamente, a de Matthew Broderick como cabeça de elenco.
Vencedor
de 3 Óscares da Academia, e inúmeros outros prémios, “Tempo de Glória” foi um enorme sucesso de
bilheteira e um daqueles filmes que vale
sempre a pena ver e, por ser baseado em
factos verídicos, acaba por ser também uma lição de história sobre uma guerra
que envergonhou uma nação.
Nota: As imagens e vídeo que ilustram o texto foram retiradas da Internet
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