O Tempo passa sem parar, como um rio que corre em direcção ao mar, dissipa-se nas brumas da Memória colectiva... É o Tempo que serve a memória ou é a memória que serve o Tempo?
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Battlestar Galactica – Odisseia Espacial em Televisão III
II – Reinventar o
Universo (2003-2009)
Foi a partir de meados
da década de 90 do século passado que começaram as tentativas para revitalizar ou continuar a
história de “Battlestar Galactica”. Tom
DeSanto, Bryan Singer ou até mesmo Richard Hatch, o Capitão Apollo da primeia
temporada da série, estiveram envolvidos em projectos para recuperar a série. Hatch fez mesmo várias tentativas para a
revitalizar, incluindo co-escrever algumas histórias novas e uma série em
Banda Desenhada e ainda foi mais longe ao produzir um “concept video”, em 1998,
com alguns actores da série original e efeitos especiais de primeira, entitulado
“Battlestar Galactica: The Second Coming”, baseado na continuação da série
original, cuja acção se passava anos depois do ultimo episódio da primeira
temporada, mas não convenceu e ficou por isso mesmo. Também em 1999, o produtor Todd Moyer e Glen
A. Larson, anunciaram planos para um filme, baseado na série original, cuja
personagem principal seria a “Estrela-de-Batalha “Pegasus”.
A versão de Tom
DeSanto e Bryan Singer era também uma continuação, cuja acção se passava cerca
de 25 anos depois da série original. Contando com elementos da série original, retomando
os seus papéis, assim como com a
introdução de novas personagens, chegou á fase de pré-produção antes de ser
atrasada e, depois dos eventos do 11 de setembro de 2001, ser abandonada. Ambas
as versões ignoravam os acontecimentos ocorridos em “Galactica 1980”.
Em 2002, a Universal
Pictures (detentora dos direitos legais
da série, cedidos por Glen A.Larson), optou por um “remake” em vez duma sequela.
Para isso contratou Ronald D.Moore,
argumentista e produtor que trabalhara extensivamente nas várias series
originadas pelo franchise “Star Trek” ao longo da década de 90. O remake entrou
em produção em finais de 2002.
Foi reunido um elenco
quase desconhecido para recuperar as personagens da série inicial: Jamie Bamber
é o Capitão Lee “Apollo” Adama; James Callis interpreta o Dr. Gaius Baltar;
Katee Sackhoff é a Tenente Kara “Starbuck” Trace; Tricia Helfer é a “Número
Seis”; Grace Park é a Tenente Sharon
“Boomer” Valerii. Mas também foram chamdos alguns nomes conhecidos como Edward
James Olmos que interpreta o Comandante William Adama ou Mary McDonnell, no
papel de Laura Roslin, Presidente das Colónias humanas.
Após um armistício de
40 anos que se seguiu á guerra travada ente as Doze Colónias (os mundos
habitados pelos humanos) e os Cylons (robots criados pelos humanos), estes
últimos lançam um ataque nuclear com o intento de exterminar a raça humana.
Apanhada de surpresa, a população das Doze Colónias, é quase totalmente
exterminada, assim como o pessoal militar é virtualmente destruído por uma sabotagem
no computador da rede de defesa. A
“Galactica”, uma nave que estava destinada a ser um museu, por estar fora do
alcance da rede, é a única
Estrela-de-Batalha que escapa á destruição e Adama, o comandante da
“Galactica”, assume provisoriamente, o comando da frota enquanto tenta levantar
a moral dos restos da população humana anunciando planos para tentar encontrar
a lendária Décima-Terceira Colónia, Terra, cuja existência e localização haviam
sido mantidos secretos pelos militares.
Inicialmente, pretendeu-se fazer uma mini-série de três horas de duração,
apoiada pelo recém-criado Sci-Fi Channel, o argumentista Ronald D.Moore e o
produtor David Eick não se pouparam a esforços para inovar este remake duma
série de culto do final da década de 70 do século passado.
A história é, em
tudo semelhante á da primeira série: a “Galactica” protege uma frota de cerca
de 75 naves civis ( na série inicial, eram cerca de 220!), com uma população
que ronda (Segundo se vê nas estatisticas que estão na “Colonial One”, nave
onde viaja Laura Roslin, a Presidente
Eleita das Colónias) cerca de cinquenta mil pessoas, sempre perseguidos pelos
Cylons, procuram a Terra, apesar de
Adama acreditar que ela nada mais é que uma lenda.
Mas onde esta nova série
difere da original é na profundidade com que aborda toda a jornada: a série não
se limita a mostrar aventuras e batalhas espaciais, ela explora também as
relações humanas numa civilização
ameaçada de extinção, na qual os seres humanos lutam entre si tanto como contra
os Cylons. Mas a grande novidade deste “reboot” (recomeço) de “Battlestar Galactica” vem dos inimigos jurados dos
humanos: os Cylons. Ficamos a saber que eles evoluiram (ja estamos longe das naves com três Cylons
como tripulantes, as que surgem agora
são muito mais modernas e ameaçadoras que as da série original) e
desenvolveram-se ao ponto de, Segundo a “Número Seis”(uma sensual e bonita
Cylon que admira a raça humana) diz a Baltar, adquiriram uma consciência
própria. Já no final da mini-série, ficamos a saber que existem 12 modelos de
Cylons, semelhantes aos humanos, que sentem como humanos e pensam que são
humanos, dos quais existem milhares de
cópias ou “clones”, espalhados pelo universo. Além da “Número Seis”, na
mini-série são revelados mais três. (um dos quais apenas no surpreendente final). Esta nova situação
foi trazer uma grande inovação á mini-série. O mote estava lançado, restava
aguardar qual seria a reacção do publico.
Nos dias 8 e 9 de dezembro de 2003,
a nova versão de “Battlestar Galactica” estreava no Sci-Fi Channel. As
duas partes conseguiram prender a atenção de 3.9 e 4.5 milhões de espectadores
respectivamente, tornando-a no terceiro programa mais visto de sempre e
recebendo critícas muitos positivas da imprensa especializada. Com tal sucesso
em mãos, foi encomendada uma série com
carácter semanal.
A primeira temporada começa pouco tempo depois do final da mini-série e
continua a história dos restos das Doze Colónias humanas, depois da derrota
infligida pelos Cylons, em busca da Décima-Terceira Colónia, Terra. Ao contrário
de outras séries espaciais, “Battlestar Galactica” não tem os tão famosos
aliens que fazem as delicias nessas séries. Muito pelo contrario, a maior parte
das histórias tratam do efeito que a destruição apocalíptica das
Doze Colónias teve sobre os sobreviventes e as escolhas morais que têm de fazer
em relação ao declínio da raça humana e a sua guerra com os Cylons; outras
histórias são sobre os ciclos perpétuos de ódio e violência que conduzem
aos conflictos entre seres humanos e Cylons, e religião com uma
implicação de que “Deus” tem um plano
que contemplará todos os
envolvidos..
Ao longo da série, a guerra entre Cylons e humanos, conhece muitas voltas e
reviravoltas, com facções de Cylons a aliarem-se aos humanos, formando uma
aliança insegura e fraca, contra o “Número Um”, o líder Cylon que se recusa a
revelar o nome dos “Últimos Cinco”, os cinco
Cylons cujas identidades só ele conhece
e que são modelos mais antigos, criados por uma civilização humana mais antiga.
Todo o elenco da mini-série regressou para
as quatro temporadas de “Battlestar Galactica”, Glen A. Larson, criador da série
original tornou-se Produtor Consultivo e
a produção trouxe,como artistas convidados ao longo da série, Lucy Lawless,
Dean Stockwell, Callum Keith Rennie e, como convidado especial, Richard Hatch,
o Capitão Apollo da série original, para interpretar Tom Zarek, um terrorista
que depois se torna politico. Hatch, que recusara entrar em “Galactica 1980”,
apesar de não gostar do novo conceito, aceitou participar na série, já que a
sua personagem lhe permitiu acrescentar ainda mais dramatismo ao enredo quando
se dá a sua transformação de terrorista em politico activo que ascende á
vice-presidência das Colónias.
A 14 de janeiro de 2004, estreava a primeira temporada de “Battlestar
Galactica” com um “share” televisivo de 3.1 milhões de espectadores logo no
primeiro episódio, tornando-o, tal como as duas partes da mini-série, um dos
programas mais vistos de sempre no Sci-F Channel. Ao sucesso dos 13 episódios
desta primeira temporada, seguiram-se mais 20 duma segunda temporada em 2005
(exibida nos Estados Unidos em duas partes intituladas 2.0 e 2.5) que continuou
o sucesso levando o Sci-Fi Channel a encomendar uma terceira temporada em 2006,
seguindo sempre a esteira do sucesso levando a que os interregnos entre as
temporadas fosse cada vez menor. Finalmente em 2007, foram encomendados mais 22
episódios para uma quarta temporada que os produtores Ronald D.Moore e David
Eick anunciaram ser a última. Tal como a
segunda, esta quarta temporada foi dividida em duas partes, por ter sido
apanhada pela greve dos argumentistas
(2007-2008), respectivamente 4.0 (episódios 3 a 10) e 4.5 (episódios 11
a 22). A 20 de março de 2009, foi exibido o último episódio da série. Com cerca
de três horas de duração, foi dividido em duas partes. Chegava, assim, ao fim
um dos mais bem conseguidos “reboot” duma série de televisão.
Entre a terceira e a quarta temporadas, surgiu o telefilme “Battlestar
Galactica: Razor” que serviria para criar expectativa em relação ao que se iria
seguir na série. “Razor” é a junção dos dois primeiros episódios da quarta
temporada. Narrando os acontecimentos da Estrela-de-Batalha “Pegasus” em dois
tempos, ambos “no passado” em relação à continuidade da quarta temporada. O
tempo “presente”situa-se na altura em Lee Adama assume o comando da “Pegasus”,
na última metade da temporada 2, enquanto o tempo “passado” se situa quando
Helena Cain é a Comandante da nave, no período entre o ataque Cylon (que se vê na mini-série) e a reunião com a
“Galactica” na segunda temporada.
Ainda mal tinha terminado “Battlestar Galactica” , já o Sci-Fi Channel
anunciava um telefilme intitulado “Battlestar Galactica: The Plan – Galactica –
O Plano” (Edward James Olmos, 2009). O
filme, constituído por material novo e
cenas da mini-série e temporadas, acompanha a história de duas versões do Cylon Cavil, uma quer
testemunhar a destruição da raça humana, a outra tenta dissuadir a primeira,
admitindo que podem estar a cometer um erro. Contado em “flashback”, o
telefilme reconta a mini-série e as duas primeiras temporadas com maior enfâse na perspectiva dos Cylons e
do seu Plano para destruir a raça humana. Os “Cinco Finais” têm aqui um papel
mais proeminente.
Em abril de 2006, o Sci-Fi Channel anunciava que uma prequela (um termo
criado no século XXI), de “Battlestar Galactica” estava em desenvolvimento.
“Caprica”, assim se chamava a prequela, a acção situa-se mais de 50 anos antes
da série, antes da Guerra Cylon e conta-nos a história da família Adama e da
sociedade Capricana assim como nos fala dos avanços tecnológicos que levarão á Revolta Cylon. Em março de 2008,
Ronald D.Moore, produtor e argumentista, confirmou que “Caprica” iria entrar em
produção, começando com episódio-piloto de duas horas. Em dezembro de 2008, o
canal aprovou e deu luz verde para a série. Devido a fracas audiências,
“Caprica” só teve uma temporada, constituída por 19 episódios e foi exibida
entre janeiro e outubro de 2010.
Anunciada em 2011, “Battlestar Galactica: Blood & Chrome” é a segunda prequela do universo “Battlestar
Galactica”. A acção situa-se no décimo ano da Primeira Guerra Cylon e segue o
percurso do jovem William “Husker” Adama, piloto da “Galactica”, uma das mais
poderosas Estrelas-de-Batalha da frota Colonial. A série, criada por Michael
Taylor e David Eick, descreve os
acontecimentos entre “Caprica” e a mini-série de 2003 e estreou, em novembro de
2012, como uma série “on-line” de 10 episódios de mais ou menos 15 minutos de
duração. Distribuída pela “Machinima
Network” e exibida no “Machinima Youtube
Channel”, um canal pertencente ao
“Youtube”, a série teve uma recepção positiva.
Em 2013, o Sci-Fi Channel anunciou a
sua intenção de exibir a série como um telefilme e estava em cima da mesa a
possibilidade de se criar uma série de televisão.
Facilmente se percebe que o “reboot”
de “Battlestar Galactica” abriu muitas portas
a futuras prequelas, continuações, quer em forma de série ou em filmes e
telefilmes. Enfim todo um manancial de possibilidades ao dispôr de quem queira
dar continuidade ao projecto, “So Say We All!” – os fans, claro!!
Nota: As Imagens e vídeo que ilustram o texto foram retiradas da Internet
A Serie Battelaster Galactia, é na verdade uma espécie de escola da realidade. Quem escreveu as versões anterior, sabia o que estava fazendo, pois o conteúdo dos argumentos, é na verdade uma transposição daquilo que esta acontecendo ou vai acontecer num futuro não muito distante.
A Serie Battelaster Galactia, é na verdade uma espécie de escola da realidade.
ResponderEliminarQuem escreveu as versões anterior, sabia o que estava fazendo, pois o conteúdo dos argumentos, é na verdade uma transposição daquilo que esta acontecendo ou vai acontecer num futuro não muito distante.