sábado, 31 de março de 2012

A Conquista dos Céus - Apontamentos para uma História da Aviação



 São jovens, são portugueses, são entusiastas do Aeromodelismo, e, por extensão, destas coisas da aviação. Pertencem ao Clube de Jovens Os Aerocalminhas de Tomar  e apresentam-nos aqui um trabalho que deveria passar a fazer parte dos cursos de pilotagem, tanto na Força Aérea como na Aviação Civil, tal é o empenho que, apesar da sua juventude, exibem ao apresentar as diversas secções que compõem estre trabalho de fôlego.
   O documentário começa com os jovens, num dia como qualquer outro, na sua sede, a prepararem os seus modelos para os experimentar e lançar, enquanto, um a um, se vão apresentando.  É uma maneira simples, simpática e cativante de preparar o público para a “aula” de mais ou menos hora e meia que se vai seguir.
   Neste DVD, dividido em 17 capítulos, cada um devidamente apresentado pelos nossos anfitriões, somos conduzidos numa verdadeira "viagem" ao mundo da aviação desde os primórdios até ao século XXI...com generosos e interessantes contributos de pilotos e outros técnicos ainda no activo, este documentário é uma mais valia para um universo pouco explorado em Portugal.
  Particularmente interessante é o capítulo 11 onde visitamos a fábrica da Airbus em Hamburgo e assistimos, ainda na linha de montagem, à construção de aviões modelo A320, A330 e A380, onde ficamos com a noção da quantidade de mão-de-obra, humana e material que se emprega na construção dum avião
  Mas, para mim (e isto é apenas uma opinião pessoal), o mais interessante deste documentário é o capítulo 16, onde nos é mostrado todo o trabalho que se faz na Torre de Controle do Aeroporto de  Lisboa e na Nav (Centro de Controle de Tráfego Aéreo) onde ficamos a conhecer um pouco daquilo que não é visível ao público em geral: o trabalho que os Controladores de Tráfego Aéreo fazem diariamente, como o fazem, área em que actuam e o elevado grau de responsabilidade que lhes é pedido, não está ao alcance de qualquer um. Não desmerecendo qualquer outro capítulo deste DVD, este é, sem dúvida, o mais interessante do conjunto. Vale a pena determo-nos um pouco nele e pensar no que aconteceria se por acaso algo corresse mal naquele sector?
  Está, pois de parabéns, João Roque pelo trabalho realizado e também os Aerocalminhas por conseguirem com o seu à-vontade cativar ainda mais os interessados nestas coisas da aviação. 
   Sussurram-me ao ouvido que poderá haver um segundo volume desta “Conquista dos Céus”. Também sei que já não serei o primeiro a dizê-lo mas aqui vai: façam-no por favor! Este trabalho é um trabalho exemplar e sério e deve ser encarado como tal!!
   Uma última informação para quem gosta destas coisas da aviação, este DVD encontra-se à venda nas lojas FNAC.   


sexta-feira, 30 de março de 2012

O Lugar do Morto - A Qualidade do Cinema Português


    
                                            


    A década de 80 do século passado assistiu à ruptura do cinema português com o passado. O cinema nacional precisava duma lufada de ar fresco e para isso tinha que romper com os seus próprios limites.  muitos foram os filmes que, de uma forma ou doutra, marcaram a década. Mas nenhum teve o sucesso e a importância de "O Lugar do Morto". Inicialmente o filme foi pouco compreendido, mas depois a curiosidade do público viria a torná-lo no maior êxito de bilheteira de sempre na produção nacional.
    Álvaro Serpa, jornalista, divorciado pára uma madrugada na marginal. Assiste a uma discussão entre um casal e pouco depois a mulher entra no seu carro e pede-lhe para o levar dali. O jornalista, intrigado,  acede só para pouco depois, novamente a pedido dela, regressar ao local onde encontram o homem morto. A mulher foge e Álvaro apenas sabe que ela se chama Ana.
António-Pedro Vasconcelos
     A realização de António-Pedro Vasconcelos é segura e ágil o que faz com que o filme nunca resvale para a monotonia. Para isso, contribuí também, de forma definitiva, o argumento escrito de parceria entre o realizador e Carlos Saboga. É uma história de sedução e mistério em que todas as personagens são vivas, participam na acção e não são meros elementos decorativos. Os elementos técnicos são de primeira classe, principalmente som e imagem. A fotografia de João Rocha consegue ser misteriosa e apelativa na cena inicial na passagem de nível sob a qual decorre o genérico;  melancólica e quase sobrenatural na cena em que Álvaro segue Ana numa Lisboa matinal.
       Do elenco, seja ele profissional ou não, é de louvar a homogeneidade do todo, contribuindo para a mais valia do produto final. O destaque vai as interpretações de Pedro Oliveira e Ana Zanatti. Se o  primeiro, que é jornalista de profissão na vida real e como tal só tinha que ser ele próprio, cumpre com todo o rigor o seu papel, é Ana Zanatti, no papel de Ana Mónica, a mulher fatal e misteriosa, dona duma beleza fora do comum, capaz de pôr a cabeça de qualquer homem a andar à roda e que arrasta aqueles que a rodeiam para um final inevitável, quem domina o elenco. Bonita e talentosa, Ana Zanatti, antiga locutora de continuidade, depois apresentadora e actriz ocasional em filmes, séries e telenovelas, tem aqui o melhor papel da sua longa carreira, interpretado com rigor e credibilidade. No elenco secundário destacam-se Teresa Madruga, Isabel Mota, Ruy Furtado, Carlos Coelho e o apresentador/entertainer de rádio Luis Filipe Barros.
Uma história de mistério e sedução
     Construído como um exercício de cinema negro dos anos 40 e 50 (aqui, em vez dum detective privado, temos um jornalista a investigar, a ser sedutor e seduzido), destinado a homenagear de uma vez só o policial e o thriller, cujo melhor exemplo está na referida cena da passagem de nível que perto do final volta a surgir, remetendo-nos para a frase inicial do filme "Não é por correr que se escapa ao Destino", indiciando que o de Álvaro Serpa já está traçado desde o início, géneros pouco utilizados na produção nacional, é na sua estrutura narrativa, labiríntica (as pistas conduzem a novas pistas e por vezes a becos sem saída) e principalmente no seu final em aberto (algo nunca visto antes na produção nacional), que contribuiu para as  inúmeras discussões públicas, que está o grande sucesso de "O Lugar do Morto", filme incontornável na produção nacional e, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes portugueses de sempre. Aquele último plano de Ana Mónica em que a imagem congela no seu rosto crispado, ficará como uma das melhores e mais fortes imagens da cinematografia portuguesa, assim como a pergunta que nos atormenta desde os primeiros minutos: quem vai no lugar do morto?

quarta-feira, 21 de março de 2012

2001: Odisseia no Espaço - Ainda hoje...uma obra de arte!




                                      
    Passaram-se mais de 40 anos desde que este filme estreou...e a face da ficção cientifica nunca mais foi a mesma. Anos antes de "Star Wars - A Guerra das Estrelas"(George Lucas, 1977), quase duas décadas antes de "Blade Runner - Perigo Eminente" (Ridley Scott, 1982) e quase 30 anos antes de "Matrix" (Larry e Andy Wachowski, 1999), apareceu esta obra-prima, este marco do cinema que ainda hoje nos seduz e fascina...apetece dizer que é como o Vinho do Porto, quanto mais velho melhor!
Os "culpados" por esta obra-prima
    Inicialmente o projecto, segundo Stanley Kubrick e Arthur C.Clarke, era para se intitular "How the Solar System was won", uma homenagem ao western épico "How the West was won - A Conquista do Oeste", realizado em 1962.
    Apesar de parcialmente inspirado num pequeno conto chamado "The Sentinel" de Arthur C.Clarke, o escritor e o realizador escreveram o livro e o argumento simultâneamente, Clarke acabou por optar por explicações tendentes a clarificar o misterioso monólito no livro, Kubrick decidiu deixar o filme num tom enigmático mantendo diálogos e explicações no minímo, acabando por fazer aquilo que poucos conseguiram ou conseguem fazer; um filme que fica para a posteridade e que será lembrado e falado muito depois dos seus autores terem desaparecido.

    Foi pouco depois de ter completado "Dr.Strangelove...." (1964) que o realizador se deixou fascinar pela possibilidade de vida extraterrestre e estava determinado a fazer, nas suas próprias palavras, "o proverbial bom filme de ficção científica". Procurando um colaborador adequado dentro da comunidade de ficção científica, foi aconselhado a procurar o então famoso escritor Arthur C.Clarke. Os dois encontraram-se em Nova York pela primeira vez e foi a partir deste encontro que começaram a discutir o projecto que lhes iria ocupar dois anos de vida.
   Dividido em quatro partes, representando vários estádios da evolução humana  têm apenas uma coisa em comum: o Monólito negro (inteligência? conhecimento?) que interage com as personagens, levando-as a evoluir nos seus diferentes estádios: no primeiro segmento (O Aparecimento do Homem), o monólito é o caminho da sobrevivência e da racionalização. No segundo segmento, o monólito é descoberto enterrado na lua e que, quando examinado pelos cientistas, emite um sinal em direcção a Júpiter e depois fica silencioso. No terceiro segmento (Missão Júpiter), depois da missão ter corrido mal, um monólito, maior do que os anteriores, aparece junto ao planeta, abre-se e conduz o único sobrevivente da missão numa viagem psicadélica que nos conduz ao quarto segmento (Júpiter e além do Infinito) onde um envelhecido, senil e moribundo Dave Bowman jaz deitado numa cama num quarto todo iluminado, onde se encontra com o monólito novamente. Bowman "entra" nele antes de se transformar numa criança-estrela (ou renascer como tal!) e regressar à terra representando o próximo estádio de evolução humana.  
Stanley Kubrick, perfeccionista lendário
   Aliando o seu perfeccionismo lendário e uma realização rigorosa, Kubrick criou imagens e cenas que são hoje lendárias: a primeira aparição do Monólito aos Primatas, aliás em toda esta cena, fica patente a importância que a imagem tem na obra do realizador: é uma cena sem um único diálogo em que a força das imagens sustenta a história; O triunfo do Homem sob as outras espécies na  cena em que o macaco (homem?),depois de derrotar o seu oponente, atira o osso para o ar e, num belissimo plano, este transforma-se em nave espacial, suprimindo assim milhares de anos de evolução; O maravilhoso baile das naves espaciais ao som de "O Danúbio Azul" de Johann Strauss ; não esquecendo o tema "Assim falava Zaratrusta" de Richard Strauss no inicio do filme com o alinhamento da lua, da terra e do sol sob o genérico, criando aquela que será talvez a melhor e mais arrepiante abertura cinematográfica de todos os tempos; O jogging de Frank Poole  na "Discovery I" em que Kubrick, num plano simetricamente inequívoco, nos põe literalmente a cabeça à roda; A morte de Poole que, simbolicamente, representa o breve triunfo da máquina sobre o homem, já que logo a seguir assistimos à "destruição" de HAL, o super-computador de bordo onde ficamos com a sensação de regressar ao início com novo triunfo do homem;  

     No final do filme, com o olhar sereno da criança-estrela apontado para o planeta terra (e eu sei que vou suscitar comentários diversos!) que poderá muito bem ser  interpretado como um prólogo àquele que seria o filme seguinte de Kubrick, essa obra-prima chamada "Laranja Mecânica" (1971) ; inesquecível é também a viagem de Dave Bowman através das estrelas (e da criação do universo) em que o realizador utiliza toda a panóplia de efeitos especiais existentes na altura e que viriam a ser muito justamente premiados, criando a mais famosa "trip" cinematográfica de que há memória (convém não esquecer que estávamos nos anos 60, em pleno movimento hippie!).
       Mesmo depois de terminado, Kubrick fez numerosas alterações à versão final. Pouco depois de ter exibido a obra aos executivos da MGM, o realizador cortou cerca de 20 minutos de cenas, a maior parte delas constituiam o quotidiano na base lunar, outras tantas giravam à volta da vida dos astronautas a bordo da "Discovery I", reduzindo assim a duração do filme de 162 minutos para 139. Foi esta a versão que Estreou nos Estados Unidos e no resto do mundo em 1968 e que se manteve a única versão exibida durante anos. Em 2000, depois da morte do realizador, os seus familiares autorizaram a inclusão de cerca de 9 minutos de cenas descobertas dentro de latas na garagem do realizador, elevando a metragem para os 148 minutos que se mantêm até hoje.
     
Filme incontornável na história do cinema, "2001:Odisseia no espaço" mantém ainda hoje a frescura e a mesma inovação de hà mais de 40 anos, convidando-nos em cada novo visionamento a questionarmo-nos sobre o que seria do cinema se ele não existisse? sobre o filme Stanley Kubrick disse "...todos são livres para especular acerca do significado filosófico e alegórico de 2001..." posto isto, quem somos nós para duvidar da sua palavra?


Nota:Todas as imagens e vídeos que ilustram este texto foram retiradas da Internet


                                          


    

terça-feira, 6 de março de 2012

Ficção Científica - Género Maior da Literatura

    A Ficção Científica é um género de literatura de ficção cujo conteúdo se relaciona, de um modo plausível, com universos e tecnologias futuristas, viagens espaciais, aliens e habilidades paranormais. 
    O termo "ficção científica" ou simplesmente "sci fi" foi utilizado pela primeira vez por Forrest J.Ackerman,  criador da comunidade "science fiction fandom" para fans de ficção científica e fantasia, coleccionador de livros e filmes de ficção científica, numa conferência na UCLA (Universidade de Cinema de Los Angeles) em 1954, como termo comparável ao muito utilizado "hi-fi", numa altura em que a ficção científica já fazia parte da cultura popular, escritores e fans do género estavam a começar a associar o termo com as produções de baixo orçamento e pouca inovação tecnológica que acontecia nos filmes e em alguma produção literária de ficção científica.
    Explorar as consequências das inovações tecnológicas é um dos seus vários propósitos, tornando-a numa literatura de ideias. Muita da ficção científica é baseada em escritos acerca da racionalidade de mundos alternativos e possíveis futuros. É semelhante ao género de fantasia, mas é nestes aspectos que se afasta dela. Os seus cenários são geralmente contrários à realidade, embora se mantenham num patamar de descrença que se torna acessível ao leitor através de potenciais explicações ou soluções aos diversos elementos ficcionais.
Os Elementos de Ficção Científica incluem:
- A acção é passada num tempo futuro, numa cronologia alternativa ou num passado histórico contrário aos factos e história conhecida ou nos registos arqueológicos.
- Um cenário espacial ou noutros mundos ou ainda numa Terra subterrânea.
- Personagens que incluam aliens, mutantes, androides ou robots.
- Tecnologia futurista
- Princípios cientificos que contradigam as leis universalmente aceites, tais como viagens no tempo.
- Novos e diferentes estados sociais e politícos.
- Habilitações paranormais tais como controle de mente, telepatia, telecinésia, teleportação, etc.
     Apesar das primeiras referências à ficção cientifica remontarem aos tempos da Mitologia, o seu início como género literário aparece referenciado em obras como "Lucian's True History" datada do século II; em alguns contos das "Arabian Nights - 1001 Noites"; em "The Tale of the Bamboo Cutter" que surgiu por volta do século X ou em "Theologus Autodidactus" de Ibn al-Nafis, por volta do século XIII.
    Mas foi por alturas da chamada Idade da Razão (séc.XVII) e do desenvolvimento da ciência moderna que surgem as primeiras obras literárias do género: "As Viagens de Gulliver" (1726)  de Jonathan Swift; "Micromégas" (1752) de Voltaire ou "Somnium" de Johannes Kepler (1620-1630), que Carl Sagan e Isaac Asimov consideraram ser a primeira história de ficção científica do mundo moderno. Nela conta-se a história duma viagem à  lua e como se via  de lá o movimento da terra.
    Seguindo o desenvolvimento, no século XVIII, da novela como forma de literatura, no século XIX os livros "Frankenstein" e "The Last Man", ambos de Mary  Shelley, assim como "The Unparalleled Adventures of  One Hans Pfaal" de Edgar Alan Poe, que descreve um vôo até à Lua;  "Viagem ao Centro da Terra" (1864); "20000 Léguas Submarinas" (1870); "Da Terra à Lua" (1865) e a sua "sequela" "À Volta da Lua" (1870), todos de Júlio Verne, ajudaram a definir a forma da ficção científica.
    Com o advento das novas tecnologias como a electricidade, o telégrafo, escritores, como Júlio Verne ou H.G.Wells, publicaram obras que se tornaram mais-valias para a literatura, e foram extremamente populares entre as diversas camadas da população. Além dos trabalhos já citados de Verne, foi o livro de H.G.Wells, "A Guerra dos Mundos", publicado em 1898, que mais impacto criou entre a população. Nele descreve-se uma Inglaterra victoriana que é alvo duma invasão de Marcianos que usam máquinas trípodes e armamento avançado. É um primeiro esboço duma invasão alienígena à terra.
    Já no século XX, revistas como a "Amazing Stories" (1926) de Hugo Gernsback ou mais tarde a "Astounding Science Fiction" (1939), de John W.Campbell, ajudaram a desenvolver o género e a revelar novos autores que formariam uma geração  de escritores de ficção científica. Nomes como Isaac Asimov, Frederic Pohl, James Blish, E.E."Doc" Smith,  Robert A. Heinlein,  Arthur C.Clarke, A.E.van Vogt, Stanislaw Lem, entre outros,  iniciaram aquela que ficou conhecida como "A Idade Dourada da Ficção Científica",  iriam atravessar todo o século e cujos escritos ainda hoje influenciam muitos autores. Em 1912 Edgar Rice Burroughs, antes de se tornar conhecido como o criador de Tarzan, escreveu uma série de contos acerca de John Carter, um héroi da Guerra Civil Americana, raptado por aliens, que, ao salvar uma princesa em marte, envolve-se nas guerras marcianas. Os contos acabaram por se tornar numa longa série de livros escritos ao longo de mais 30 anos e que ficaram conhecidos com "As Crónicas de Barsoom". Em 1928 é publicada na revista "Amazing Stories a primeira história de Buck Rogers intitulada "Armageddon 2419" da autoria de Philip Nolan, que se tornaria num marco do género e que levaria à aparição de "comics" com Buck Rogers (1929),  Brick Bradford (1933) e Flash Gordon (1934) que se transformariam em séries que viriam a popularizar a ficção científica.
    A década de 50, viu surgir a geração "beat" da ficção cientifica. Escritores  como William S. Burroughs, começaram a introduzir uma nova tendência no género. A escrita especulativa, marcada pelo experimentalismo, tanto na forma como no conteúdo, duma escrita sob influência, explorava novas ideias e estilos de escrita que se viria a acentuar durante as décadas de 60 e 70, principalmente na Grâ-Bretanha, enquanto autores como Frank Herbert, Roger Zelazny ou Harlan Ellison se tornavam adeptos desta nova tendência, outros como Larry Niven, Poul Anderson, redefiniam o termo ficção cientifica de modo torná-lo mais próximo dos tempos que se viviam. Outros houve, como Ursula K.LeGuin, que se tornaram pioneiros duma ficção cientifica mais suave.
    A década de 80, viu surgir uma outra geração, encabeçada por William Gibson, Bruce Sterling e Neal Stephenson, que se afastou radicalmente do optimismo da ficção cientifica e defendia o progresso do género para outras áreas. Visando mais a história e as personagens em detrimento duma certeza cientifica. Beneficiando mais a exploração de vidas extraterrestres do que os desafios complexos da ciência. Esta nova tendência viria a influenciar o género nas décadas seguintes, mas agora associada a novos desafios.
     Na década de 90, temas emergentes como o ambiente, as implicações da comunidade global, a expansão do universo da informação, questões relacionadas com Biotecnologia e Nanotecnologia, bem como temas relacionados com o pós-guerra fria e  as cicatrizes que deixou nalgumas sociedades,  que "The Diamond Age" de Neal Stephenson, explora profundamente. 
    As temáticas tornam-se recorrentes, orientando toda uma geração de escritores para essas preocupações, sem nunca, no entanto, perder de vista a ficção cientifica, género que os continua a motivar no século XXI.
  

Nota: Todas as imagens que ilustram o texto foram retiradas da Internet


   

EMERSON, LAKE & PALMER II

            O trio, depois de um longo período de férias, sentindo-se revigorado, reuniu-se novamente em 1976, nos “Mountain Studios”, em Mo...