segunda-feira, 16 de maio de 2011

Atlântida - O Continente Misterioso

   É um dos mistérios mais antigos da humanidade, a existência ou não da Atlântida.  A lenda conta que era  uma ilha ou um continente. 
   Nos diálogos de Platão, ela é uma potência naval, cuja capital se situava em "frente das Portas de Hércules" (estreito de Gibraltar), que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África e que, aproximadamente, em 9600 a.C. "num dia e noite de azar" se afundou no oceano Atlântico.
   Estudiosos destas coisas  dividem as suas opiniões entre o facto de Platão ter sido inspirado por antigas histórias perpetuadas na memória colectiva de antigos acontecimentos como a erupção de Thera ou a Guerra de Tróia ou então por acontecimentos contemporâneos à sua existência como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão Ateniense da Sicília entre 415 e 413 a.C.
   Platão menciona pela primeira vez a existência da Atlântida nos seus famosos diálogos "Timeu e Crítias", escritos por volta de 360 a.C., principalmente no primeiro porque, por razões desconhecidas, nunca completou o segundo. Platão conta-nos que foi Sólon, político grego, quem primeiro tomou conhecimento da existência da Atlântida, no decurso de uma das suas viagens pelo Egipto, ele ouve um sacerdote de Sais, no delta do Nilo, falar das tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais do tempo entre os Atenienses e o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo da Atlântida viveria numa ilha localizada nos "Pilares de Heracles", onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava. 
   Ela seria uma ilha rica em vegetais e minerais e não só era prolifíca em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc, como ainda era rica em "Oricalco", um metal raríssimo que brilhava como fogo. Os seus reis teriam mandado erguer pontes, canais, passagens fortificadas, os muros das cidades eram revestidos de bronze no exterior e a estanho no interior e os edifícios eram construidos em pedra branca, preta e vermelha. Pouco mais se sabe da Atlântida a não ser que a riqueza e a prosperidade do comércio e a inexpugnável defesa das suas muralhas, se tornariam a imagem de marca que passaria para o futuro.
A hipótese mais provável do destino da Atlântida
   O tema da Atlântida tem servido para diversas interpretações Alguns, mais cépticos, referem-se a ela como uma metáfora referente a uma catástrofe global (estudos recentes neste campo relacionam-na com o Dilúvio escrito no Velho Testamento), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e culturalmente adaptada segundo as suas próprias regras. Consideram também que a narrativa, inserida numa dada mitologia, pretendia explicar transformações geológicas e geográficas. Outros, mais dedicados ao assunto, acreditam que a Atlântida poderia ser uma mistificação da cultura minóica, que existiu na ilha de Creta até ao final do séc. XIV a.C. Os antepassados dos gregos, os micénicos, tiveram contacto com essa civilização cultural e tecnológicamente muito avançada. Com ela terão aprendido arquitectura, navegação, elementos que serão vitais na cultura helénica posterior. Dois fortes terramotos e maremotos no Mar Egeu terão destruído as cidades e os portos minóicos e a civilização Cretense rápidamente desapareceu. As suas histórias teriam ganho proporções míticas ao longos dos séculos e viriam a culminar no conto de Platão.
A mais fantástica das teorias sobre a Atlântida
   Uma das teorias mais fantásticas sobre a Atlãntida é a chamada "Teoria Extraterrestre" e que consta do seguinte: partindo da descrição apresentada por Platão, a Atlãntida seria então uma gigantesca nave espacial que teria vindo numa missão colonizadora e esteve em vários pontos do planeta onde apenas sobrevoava ou se instalava, esta seria uma das razões pelo facto de existirem relatos onde se dava conta da sua presença ora no Mediterrãneo, ora na Indonésia, ora no Atlântico, ora nos Pólos: Atlântida era sempre a mesma, quer fosse citada nas epopeias dos Egipcíos, dos Maias, dos Astecas ou até dos Sumérios. Ainda segundo esta teoria, o continente (ou nave espacial) não se afundara como sendo parte duma catástrofe global, mas sim intencionalmente por fazer parte do projecto colonizador que o seu povo realizava no planeta. Após permanecer algum tempo no fundo do mar como cidade submarina cumprindo os propósitos da sua missão, a nave partia em direcção ao espaço, provocando com a sua massa e a sua descolagem uma poderosa onda circular (Tsunami) no oceano onde estivera oculta. Os sobreviventes, após a tragédia, teriam julgado que a Atlântida se afundara quando apenas tinha voltado para o seu espaço natal...teoria fantástica, esta, sem dúvida!
Uma das prováveis localizações da Atlântida
   Existem diversas hipóteses sobre onde se situaria a Atlântida realmente e quem seriam os seus habitantes.  Algumas teorias sugerem que a Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceãnica que teria sido destruída pelos movimentos bruscos das placas tectónicas naquela zona  (cujos cumes são Açores, Madeira, Canárias ou Cabo Verde). Esta teoria baseia-se nas coincidências existentes entre os templos construídos em forma de pirâmide na América Central e do Sul, e as pirãmides do Egipto. Essa coincidência só poderia ser explicada com a existência de um povo, no meio do oceano que separa os dois continentes e as civilizações, tecnológicamente avançado para navegar à África e á América para dividir os seus conhecimentos. Tal posição geográfica explicaria a ausência de vestígios arqueológicos sobre este povo.
   A possível existência da Atlântida foi objecto de grande discussão ao longo de toda a Antiguidade Clássica, embora seja normalmente rejeitada e ocasionalmente parodiada por autores modernos. Quase ignorada na Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta pelos Humanistas na Idade Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos de vários escritores durante a Renascença, principalmente Roger Bacon que, com o seu ensaio "A Nova Atlântida", de 1627, descreve uma sociedade utópica a que chamou Bensalem, que ficaria localizada na Costa Oeste da América. Uma das personagens conta uma história da Atlântida muito semelhante à descrita por Platão e localiza-a na América. Bacon não especifica se se trata da América do Norte ou do Sul.
   Durante o século XIX, ideias sobre a natureza lendária da Atlântida, foram misturadas com histórias de outros continentes perdidos como Lemúria ou Mú e encontram bastante aceitação popular, principalmente aquando do lançamento do livro "Atlantis: the Antediluvian World" em 1882, escrito por Ignatius L. Donnelly, que pareceu estimular ainda mais o interesse pela lenda. Donnelly tenta fazer passar a ideia de que todas as civilizações antigas conhecidas descendiam da Atlântida, a qual ele via como uma cultura tecnológicamente sofisticada, dizendo que os Atlantes tinham inventado a pólvora e a bússola milhares de anos antes de o resto do mundo ter começado a escrever.
   O século XX também não ficaria indiferente ao fenómeno da Atlântida. Uma das primeiras referências à lenda, data de 1923 e foi feita pelo vidente Americano Edgar Cayce que sugere que ela era um continente que se estendia desde o Arquipélago dos Açores até ás Bahamas. Era uma civilização  muito desenvolvida, tinha navios e aviões movidos por uma misteriosa fonte de energia cristalizada. Ele previu que em 1968 ou 1969, partes da Atlântida iriam emergir (!). Em 1938 o conceito da Atlântida também atraiu os teóricos Nazis. Heinrich Himmler, o nº2 do partido Nazi, organiza uma expedição ao Tibet para ir em busca de "Atlantes Arianos", diz-se que o verdadeiro objectivo da expedição era localizar vestígios dos "Europides", uma raça que se dizia ser a génese do povo europeu, da qual os alemães dizem ser os verdadeiros descendentes. Já em 1934, o filósofo e escritor Julius Evola, cuja obra terá inspirado os movimentos neonazis e neofascistas no século XX, dizia que os Atlantes eram Hiperboreanos, uma raça de superhomens Nórdicos que tinha vindo do Pólo Norte.
   A localização da Atlântida no Oceano Atlãntico tem o seu quê de apelativo dada a relativa proximidade de nomes, pelo que a cultura popular gosta de a situar lá, perpetuando assim a localização original de Platão. 
   Ainda hoje, como noutros tempos, a atlântida inspira a literatura ( "A Queda da Atlântida", de Marion Zimmer Bradley; "Atlantis Found" de Clive Cussler ou "Atlãntida" de David Gibbins, para só citar alguns exemplos recentes), a banda desenhada ("O Enigma da Atlântida" de Edgar Pierre Jacobs,1957) e até o cinema ("Atlantis, the Lost Continent" de George Pal, 1961, ou "Atlântida" dos estúdios da Disney) e sempre que se fala sobre civilizações antigas perdidas, o seu nome é uma referência obrigatória e a vontade de se saber mais, continua a aumentar.


Nota: Todas as imagens que ilustram este texto foram retiradas da Internet

3 comentários:

  1. ..OU SERÁ UM TEMPO SEM MEMÓRIA???....OU APENAS O TEMPO SEPARADO DA MEMÓRIA???

    ...E PARA MIM NADA MAIS QUE UMA MEMÓRIA SEM TEMPO...

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  2. O tempo serve a memória!...não existe memória sem tempo....
    Em criança fascinava-me a atlântida...hoje não, mas com pena!

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  3. Ana Cristina:
    muito obrigado pelo comentário, tenho pena que não seja, nesta altura, um mistério que a fascine mas espero que, pelo menos, o texto tenha sido do seu agrado. A mim é um tema que sempre me agradou daí o facto de o ter postado aqui.
    Espero que leia alguns dos outros textos e que também os comente e, se quiser, enviar alguma sugestão, disponha.
    um abraço
    rui cunha

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